sexta-feira, 3 de junho de 2016

Avaliação do impacto dos sistemas de preparo do solo

Avaliação do impacto dos sistemas de preparo do solo





Avaliação do impacto dos sistemas de preparo do solo
03/06/16 - 12:23 



Um projeto temático aprovado pela Fapesp, inserido no Programa de Pesquisa em Bioenergia (Bioen/Fapesp) e coordenado pelo professor Carlos Alexandre Costa Crusciol, do Departamento de Melhoramento e Produção Vegetal, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, câmpus de Botucatu, pretende avaliar como a fertilidade do solo, os seus atributos físicos e biológicos e as raízes da cana-de-açúcar são afetados pelos sistemas de preparo do solo e pelas doses de calcário aplicadas.
Intitulado “Preparo do solo em faixas e calagem na cana-de-açucar: qualidade do solo, emissão de gases de efeito estufa, parâmetros fisiológicos e produtividade”, o projeto conta com a participação dos pesquisadores Heitor Cantarella (IAC – Campinas/SP), Marcelo de Almeida Silva (FCA/Unesp - Botucatu), Juliano Carlos Calonego (FCA/Unesp-SP), Kléber Pereira Lanças (FCA/Unesp - Botucatu) e Raffaella Rossetto (APTA – Piracicaba/SP) .
A intensa mecanização da colheita e do plantio ocorrida no sistema de produção de cana-de-açúcar, advinda da não utilização da sua queima na colheita, submete o solo a uma forte compactação, reduzindo o crescimento das raízes, a produtividade e a longevidade do canavial, além de aumentar os riscos de erosão devido à redução da velocidade de infiltração da água. “Por estas razões, estão sendo estudados novos sistemas de preparo de solo e de espaçamentos da planta, mais adequados à mecanização. A escolha desses sistemas é um fator primordial para altas produtividades, longevidade do canavial e máximo retorno econômico”, explica o professor Crusciol.
Com a mecanização e a utilização de sistemas de direcionamento via satélites, onde é possível além do controle de tráfego de máquinas, planejar e realizar o preparo de solo, novos sistemas para a reforma do canavial tem surgido, tais como o preparo do solo apenas no local do plantio, onde não deverá haver o tráfego de máquinas. Porém, as recomendações de calcário em cana-de-açúcar foram desenvolvidas para o sistema de preparo convencional e colheita da cana-de-açúcar após a queima. “Com os novos cenários de sistemas de preparo e manutenção da palha sobre o solo, são necessárias pesquisas avaliando a interação entre os sistemas de preparo de solo e a calagem”, ressalta o professor Crusciol.
Pesquisas recentes concluíram que as recomendações oficiais para calagem para o Estado de São Paulo estão subestimadas, reforçando a necessidade de novos estudos. “Com a introdução de sistemas de preparo profundo em faixas, têm surgido dúvidas referentes ao local (em área total ou apenas na faixa de preparo), a profundidade (superficial ou em profundidade) e as quantidades a serem aplicadas de calcário”, elucida Crusciol. “Por isso, avaliações de efeitos em longo prazo dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, impactos ao desenvolvimento da parte aérea e radicular da cana-de-açucar, e, consequentemente, à produtividade de colmos e de açúcar necessitam ser realizadas para nortear o melhor modo de preparo do solo, bem como a interação deste com as doses de calcário para esta cultura”.
Dentre os objetivos do Projeto Temático também estão: avaliar as emissões de gases de efeito estufa (CO2, N2O e CH4), os estoques de carbono e nitrogênio do solo e o balanço de carbono no sistema solo-planta; estudar a capacidade de armazenamento de água; a lixiviação de nitrato no perfil do solo e avaliar como os sinais fisiológicos das plantas serão afetados pelos sistemas de preparo do solo e pelas doses de calcário aplicadas em diferentes condições de disponibilidade de água no solo.
 

Agrolink com informações de assessoria

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